Gente boa gente do Samba e simpatizantes, o próximo DESAFIO DO BUTIQUIM DO PNS será dia: 11/09/2011. O Desafio será compor um SAMBA DE RODA cujo tema é ATUALIDADE(S). Serão fornecidos, em breve, mais e melhores subsídios, a fim de que os partícipes da jornada atentem para a riqueza e diversidade dessa variante do Samba e, consequentemente, para a gama de possibilidades que poderão experimentar na criação.
As composições deverão trazer em seu bojo, indicativos que permitam identificar que a letra trata do período presente. A idéia é que, caso a letra seja lida daqui a dez anos ou mais, se possa identificar de que se tratava do período que vivemos atualmente. Tal identificação poderá ser dada por diversas formas, a exemplo: datas, nomes de pessoas, acontecimentos etc etc etc, a critério de cada um.
O prazo para a entrega das composições (letra e áudio) é:
05/09/2011
05/09/2011
Abaixo segue breve texto fornecido pelo Marcelo Abruzzini (PNS) e, futuramente, mais dados serão fornecidos.
Abraço e...
Saudações Sambísticas!!!
SAMBA DE RODA
Se o samba tem uma alma, uma coisa se pode dizer dela: é redonda. A Roda de Samba antecede o samba e é sua matriz física. Não foi o samba que criou a roda, mas o contrário. Ao longo de sua existência, o Samba incorporou instrumentos, alterou formas e harmonias, criou novos estilos e sofreu uma série de outras modificações. Mas a Roda permaneceu. O pesquisador Roberto Moura, em 2004, escreveu um livro sobre a Roda de Samba (No Princípio, era a roda: um estudo sobre samba, partido alto e outros pagodes. Editora Rocco, Rio de Janeiro, 2004), em que ele diz que seu código se funda na família, na amizade, na lealdade, na pessoa e no compadrio. A Roda é, portanto, um ambiente pessoal e coletivo. A música que soa na Roda é produzida verdadeiramente em conjunto.
A Roda instaura um ambiente musical que não separa música e vida, lazer e produção, convertendo-se em mais do que apenas um evento musical, mas uma opção política, um modo de vida, que inclui desde círculos de amizade até vestimentas, comidas, bebidas, gestos, discursos, expressões, entre outros. Em outras palavras, a Roda instaura uma comunidade de pessoas em redor da música. A Roda é, também, uma opção política, pois esse rico ambiente musical oferece a seus componentes a possibilidade de adotar uma postura perante a vida, a comunidade, a cidade, a música, a nação. Muitos músicos realizam essa entrega total à música, de modo que o Samba se torna sua principal marca identitária.
Por isso, a Roda é tão louvada entre sambistas. É nela que o samba é criado e recriado, é nela que os conhecimentos ancestrais são transmitidos às novas gerações para que elas possam dar continuidade à tradição. É a Roda, informal, alegre, dos amigos, da comida, da cerveja e da cachaça, o templo sagrado do samba, onde as melodias se entoam em feitio de oração. Esse disco de hoje, produzido por Durval Ferreira, conseguiu imprimir, no acetato, o ambiente esfuziante de uma roda de samba. Ele reuniu nomes pouco conhecidos, porém fortemente ligados ao samba, e, por isso, o disco tem qualidade impressionante, e está cheio de excelentes sambas. Há, na contracapa, pequenas biografias dos sambistas que participaram do LP. Destaco Desafio, samba de L. Américo, B. de Castro e C. de Lima.
Outro disco produzido por Durval Ferreira tem a mesma pegada, e está disponível no blog Vinil Livre. Aproveitem a oportunidade e se deixem invadir pela alegria contagiante da Roda de Samba.
Lado A
1-Água boa é no meu poço (Chico Bondade – Paulo Sereno) canta: Chico Bondade
2-Samba do trabalhador (Darcy da Mangueira) canta: Darcy da Mangueira
3-Boa noite (Aparecida) canta: Aparecida
4-Não tem veneno (Candeia – Wilson Moreira) canta: Sabrina
5-Venho de Longe (Rubens Mathias – Valdir Mathias) canta: Rubens Mathias
6-Desafio (L. Américo – B. de Castro – C. de Lima) canta:Ary Araújo
Lado B
1-Cantei a noite (Sidney da Conceição) canta: Sidney da Conceição
2-Sá Dona (Giovana) canta: Sabrina
3-Samba do tatu (L. Wanderley – R. Evangelista) canta:Luiz Wanderley
4-Madeira de Jequitibá (Rubens – Romildo da Portela) canta:Rubão
5-Não é mole (Pedro Paulo – Puruca) canta: Pedro Paulo
6-O couro come (L. Wanderley) canta: Luiz Wanderley
Fontes: Vinil Livre & Acervo Origens