por Regyna Santos
Os Reinados do Rosário estão em vários estados do nosso país. O ciclo do Rosário vai de agosto até o inicio de outubro, embora em muitos lugares a festa aconteça em outros meses.
A dança é uma linguagem corporal e para o negro é a via de comunicação e integração com o seu criador, Céu e Terra (ginga do Moçambique). O Negro reza dançando e cantando.
As lendas de Nossa Senhora do rosário são várias e a mensagem, evidente, na minha opinião, é que a virgem aceitou os negros como eles são; com sua maneira de orar, dançando, cantando, tocando tambor sem mudar o modo de manifestar sua fé.
Para os Reinados a festa é um momento sublime, sagrado, de fé. Fé na Mãe do Rosário, fé neles mesmos, na capacidade de resistir, ir em frente, não desfalecer ante as dificuldades.
Tudo na festa tem significado. A reverencia de um capitão para outro; os mastros que anunciam que a festa se aproxima e também são chamados de bandeiras de aviso. Apontam para o céu, interligam Céu e Terra, criatura e Criador. O trajeto nos ensina força da perseverança. Quem levanta os mastros tem que ir descê-lo (Oliveira e Serro – MG).
As pessoas que guardam as bandeiras dos mastros são as (os) mordomas (os), função vitalícia e hereditária. A bandeira que vai à frente dos ternos e é denominada: de Guia, cada qual tem a imagem do santo venerado pelo terno.
Os Reis congos são os verdadeiros donos da festa. Representam Chico Reis grandes a família imperial, os senhores de escravos (Oliveira – MG). Reis perpétuos fazem voto de por toda a vida trabalhar pelo Rosário. As Juizas representam a simplicidade consagrada a Nossa Senhora e têm a função de catequizar, orientar, ensinar.
É importante saber que ao serem coroados, reis e rainhas assumem o compromisso da fé e ficam obrigados a difundi-la entre todos. Mesmo após a entrega da coroa continuam sendo propagadores dessa fé.
Os irmãos do Rosário são formados por grupos denominados ternos ou guardas que são sete, a saber, por ordem de aparecimento: o Congo, o Moçambique, o Catopé, o Marujo, o Caboclinho, os Cavaleiros de São Jorge e o Vilão. Todos têm no Candombe o Pai, o elo ancestral místico de ligação entre o catolicismo rústico e o culto jeje-nago.
O Reinado do Rosário é a luta do negro para manter os seus ternos com suas musicas, danças, vestimentas e instrumentos. Por ser pobre, a dificuldade para mantê-lo é grande.
“Os que vêm de fora nos assistir dizem que é folclore. Para nós é Fé” diz capitão Geraldo da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de Alto dos Pinheiros, Belo Horizonte – MG.
“O tamborim representa o corpo do negro, negro na senzala, negro sofrido. Quando eu bato nele, ofereço a Senhora do Rosário” Nilson, Mestre Catopé, Serro – MG.
“Para mim não importa se minha farda está faltando uma pena, quando eu danço, danço para Nossa Senhora do Rosário” Idalto, Mestre dos Caboclinhos mirins, Serro – MG.
- Nós somos o Rosário, nós somos o Rosário!
_________________
Fonte: Festa de Nossa Senhora do Rosário - O Rosário: Força, Fé e Resistência dos Negros Congadeiros. Acervo Histórico da Casa de Cultura Carlos Chagas. Prefeitura Municipal de Oliveira – MG.
Os Reinados do Rosário estão em vários estados do nosso país. O ciclo do Rosário vai de agosto até o inicio de outubro, embora em muitos lugares a festa aconteça em outros meses.
A dança é uma linguagem corporal e para o negro é a via de comunicação e integração com o seu criador, Céu e Terra (ginga do Moçambique). O Negro reza dançando e cantando.
As lendas de Nossa Senhora do rosário são várias e a mensagem, evidente, na minha opinião, é que a virgem aceitou os negros como eles são; com sua maneira de orar, dançando, cantando, tocando tambor sem mudar o modo de manifestar sua fé.
Para os Reinados a festa é um momento sublime, sagrado, de fé. Fé na Mãe do Rosário, fé neles mesmos, na capacidade de resistir, ir em frente, não desfalecer ante as dificuldades.
Tudo na festa tem significado. A reverencia de um capitão para outro; os mastros que anunciam que a festa se aproxima e também são chamados de bandeiras de aviso. Apontam para o céu, interligam Céu e Terra, criatura e Criador. O trajeto nos ensina força da perseverança. Quem levanta os mastros tem que ir descê-lo (Oliveira e Serro – MG).
As pessoas que guardam as bandeiras dos mastros são as (os) mordomas (os), função vitalícia e hereditária. A bandeira que vai à frente dos ternos e é denominada: de Guia, cada qual tem a imagem do santo venerado pelo terno.
Os Reis congos são os verdadeiros donos da festa. Representam Chico Reis grandes a família imperial, os senhores de escravos (Oliveira – MG). Reis perpétuos fazem voto de por toda a vida trabalhar pelo Rosário. As Juizas representam a simplicidade consagrada a Nossa Senhora e têm a função de catequizar, orientar, ensinar.
É importante saber que ao serem coroados, reis e rainhas assumem o compromisso da fé e ficam obrigados a difundi-la entre todos. Mesmo após a entrega da coroa continuam sendo propagadores dessa fé.
Os irmãos do Rosário são formados por grupos denominados ternos ou guardas que são sete, a saber, por ordem de aparecimento: o Congo, o Moçambique, o Catopé, o Marujo, o Caboclinho, os Cavaleiros de São Jorge e o Vilão. Todos têm no Candombe o Pai, o elo ancestral místico de ligação entre o catolicismo rústico e o culto jeje-nago.
O Reinado do Rosário é a luta do negro para manter os seus ternos com suas musicas, danças, vestimentas e instrumentos. Por ser pobre, a dificuldade para mantê-lo é grande.
“Os que vêm de fora nos assistir dizem que é folclore. Para nós é Fé” diz capitão Geraldo da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de Alto dos Pinheiros, Belo Horizonte – MG.
“O tamborim representa o corpo do negro, negro na senzala, negro sofrido. Quando eu bato nele, ofereço a Senhora do Rosário” Nilson, Mestre Catopé, Serro – MG.
“Para mim não importa se minha farda está faltando uma pena, quando eu danço, danço para Nossa Senhora do Rosário” Idalto, Mestre dos Caboclinhos mirins, Serro – MG.
- Nós somos o Rosário, nós somos o Rosário!
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Fonte: Festa de Nossa Senhora do Rosário - O Rosário: Força, Fé e Resistência dos Negros Congadeiros. Acervo Histórico da Casa de Cultura Carlos Chagas. Prefeitura Municipal de Oliveira – MG.
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