segunda-feira, 24 de maio de 2010

O Movimento Cultural PROJETO NOSSO SAMBA de Osasco convida você para uma intensa semana de atividades


INTERCÂMBIO CULTURAL
Projeto Nosso Samba e Guarda de Moçambique de Nsa Sra do Rosário
Osasco/SP – Belo Horizonte/MG

Introdução

Nós do MCPNS de Osasco, buscando manter um de nossos objetivos, que é a busca pelo conhecimento e transmissão de valores ancestrais por meio do estudo, reflexão e pesquisa da diversidade cultural de nosso país, estamos propondo, como parte das atividades que serão desenvolvidas este ano, a realização de um Encontro para Intercâmbio Cultural.

O intercâmbio consiste em receber a Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário. Grupo de Congadeiros do Bairro do Alto dos Pinheiros em Belo Horizonte, MG.

Acreditamos que o presente evento será de amplo interesse cultural para o Município, trazendo grande visibilidade para a Casa de Cultura Afro-Brasileira “Casa de Angola” e conseqüentemente para a Secretaria de Cultura que a acolhe.

Histórico

O Movimento Cultural Projeto Nosso Samba de Osasco

Fundado em 28 de setembro de 1998, caracteriza-se por um agrupamento comunitário de sambistas que se reúne quinzenalmente para manter a tradição do Samba e partilhar composições próprias, sambas consagrados, poesias e reflexões sobre história e cultura, principalmente no que diz respeito às questões do negro brasileiro. Entende o Samba como gênero de vida, permeado por um conjunto de valores ancestrais. Tem como ação principal a recuperação de uma continuidade histórica que aparentemente se desfez com a invasão de modismos, tanto da indústria cultural dirigida às massas populares, quanto àquela dirigida a pequenos grupos em busca de exotismos. Essa continuidade consiste em praticar o repertório de uma forma coletivista, rompendo a relação palco-platéia, como sempre se fez e se faz nas expressões genuinamente populares. Nelas, a música jamais é um ente isolado, mas um elemento que se complementa com a espiritualidade, a identidade comunitária, o enfrentamento às opressões cotidianas e até a uma pedagogia própria.

Tal pedagogia é desenvolvida em meio a um processo no qual são valorizadas: (...) → a educação e processos tradicionais de transmissão de conhecimento ao instigar e incentivar integrantes e público envolvido, a aprimorarem seu conhecimento da história, realizando palestras focadas nas questões do negro, ministradas por professores e ativista culturais tais como: Antonia Quintão (Irmandades de Negro), Alberto Ikeda (Etnomusicologia; Samba, Maracatus, Ijexá, etc.), Carlos José Ferreira dos Santos (Nem Tudo era Italiano - Os Nacionais Pobres: Negros Índios, Mestiços), Kabengele Munanga (Cotas e Ascensão do Negro), Regina Santos (Irmandades do Rosário: Congados, Moçambiques, Catopés, Caboclinhos), Mametu Kindandalakata (Religiosidade Afrodescendente-Candomblé), Mestre Borboleta (Antropologia da Capoeira, Cantigas e Histórias), dentre outros. (...)

O Congado e Suas Manifestações

O Congado é uma manifestação cultural e religiosa de influência africana, celebrada em algumas regiões do Brasil. Uma mescla de cultos católicos com africanos. Consiste na união de grupos que homenageiam Nossa Senhora do Rosário, São Benedito, Santa Ifigênia, e outros. Os grupos, num total de sete, se organizam e se apresentam sempre obedecendo a uma hierarquia:

São conhecidos como Os Irmãos do Rosário: CANDOMBE, CONGO, MOÇAMBIQUE, CATOPE, MARUJO, CABOCLOS, VILÃO.

Em nosso caso, a Guarda de Moçambique é o terceiro a aparecer e tem a dádiva de ter conseguido por meio de seu bastão, canto e dança próprios, retirar Nossa Senhora das águas.

Cada guarda também tem sua própria hierarquia: à frente vem a Bandeira De Guia, geralmente com a pintura ou bordado do Santo venerado pela Guarda.

Logo atrás vem as Caixas de Guia e Resposta. Depois os vassalos (componentes) com seus instrumentos de percussão: patangomes (também conhecido como folha), gungas (conhecido como campanha ou paias instrumento tocado com os pés). Mais atrás, a Guarda Coroa (os guardiões do trono), e por último o Trono Coroado (representação dos Reis e Rainhas). Os Capitães, geralmente são mais de um, vêm no meio do grupo entoando as cantigas e rezas relembrando a memória da África e dos antepassados.

Na guarda de Moçambique todos trazem como vestimenta o turbante, camisa, saiote, calça e tênis. O Rosário é colocado atravessado no peito, geralmente em forma de 'X', ou da esquerda para direita, significando as armas para o combate.

O Intercâmbio

É de grande interesse conhecer a prática de importante tradição cultural sobre o Congado e que ainda resiste na região de Minas Gerais – Belo Horizonte, bem como difundir, por meio de palestra/conversas, cantos, danças e rezas, as atividades desenvolvidas pelo grupo, as quais se encontram bastante preservadas. Tais manifestações de Cortejo (Congos, Moçambiques), constituem um exemplo significativo, da cultura negra. São expressões devocionais, ainda difundidas na região sudeste, que procuram preservar os saberes ancestrais.

Neste sentido, a presença da guarda visa contribuir para a difusão do conhecimento sobre a cultura de tradição oral em nosso país.

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