segunda-feira, 24 de outubro de 2005

Bertolt Brecht: Poemas 1913-1956 (excerto)

"Quanto mais numerosos os
que sofrem, mais naturais
parecem seus sofrimentos,
portanto. Quem deseja impedir
que se molhem os peixes do mar?


E os sofredores mesmos
partilham dessa dureza
contra si
e deixam que lhes falte
bondade entre si.

É terrível que o homem
se resigne tão facilmente
com o existente,
não só com as dores alheias,
mas também com as
suas próprias.

Todos os que meditaram
sobre o mau estado das coisas
recusam-se a apelar
à compaixão de uns
por outros.
Mas a compaixão
dos oprimidos pelos oprimidos
é indispensável.
Ela é a esperança do mundo"

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