segunda-feira, 5 de outubro de 2009

CALANGO

Segundo o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, trata-se de Dança típica do norte de Minas Gerais e também do Rio de Janeiro. É dançada por pares e com passos muitos simples em ritmo 2/4. No calango cantado temos o improviso do solista e repetição do refrão por parte do coro. Também aparece na forma de desafio entre dois cantadores. O instrumento tradicional de acompanhamento é a sanfona de oito baixos. Um de seus principais divulgadores na virada do século XX para o século XXI é Téo Azevedo, mineiro conhecido como o cantador de Alto Belo, que em 2000 lançou o CD "Forró, calango e blues", onde aparecem as composições "Calango do pé de bode", "Calango fandango" e "Cutuca no calango", todos de sua autoria.

De acordo com o apurado na página eletrônica: http://www.folclore.adm.br/dancas.html, trata-se de variante do fandango, é dança popular em Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em Minas, o fandango se "amineirou e se transformou no calango, uma dança em ritmo quaternário, comum na região de Montes Claros (MG). " O fandango, nasceu dança vigorosa de tropeiros que o aprenderam no extremo sul do país, com seus colegas uruguaios. Sofreu modificações nas diversas regiões onde chegou e ainda é cultivado em alguns núcleos por todo o país, como no litoral paranaense. Resultante da mistura da música dos brancos da roça com a dos negros escravos, o calango firmou-se especialmente no Rio de Janeiro rural e em Minas Gerais. Martinho da Vila, fluminense de Duas Barras, compôs e gravou alguns bons calangos, puxados na viola e com instrumentos percussivos.


COITÉ E CUIA
(Wilson Moreira e Nei Lopes)

Na coité bebi cachaça
De cana caiana, purinha
Comendo com a mão na cuia
Pirão no molho e farinha

Coité foi cuia que é a metade da cabaça
Quando tomo umas cachaça
Como quase um murundu
Fico danado pra comer pirão no molho
Carne-seca com repolho
Desfiada com tutu

Na coité bebi cachaça
De cana caiana, purinha
Comendo com a mão na cuia
Pirão no molho e farinha

Coité da boa para ser coité de fato
Tem que se cortar no mato
Pra depois deixar secar
Pra fazer cuia também tem que ter ciência
Quem não tiver competência
Não vai ter bom paladar

Na coité bebi cachaça
De cana caiana, purinha
Comendo com a mão na cuia
Pirão no molho e farinha

Couve à mineira pede tutu com torresmo
Mas tutu pra ser bom mesmo
Tem que se comer com a mão
Com a mão na cuia e a coité molhando a boca
Pode ter farinha pouca que primeiro é meu pirão

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