Samba sem compromisso com enredo, que os compositores de escola de samba produzem para animar os ensaios e outras festas de suas comunidades. Outrora eram típicos sambas de meio de ano. Depois, alguns se tornaram sucessos carnavalescos.
Fonte: Lopes, Nei. Sambeabá – O samba não se aprende na escola. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003.
DEU SAMBA
(Fábio Goulart, Caio Prado e Selito SD)
Tudo o que o povo vive acaba em samba
O cotidiano, a vitória, a derrota, o amor
Se o time do peito perdeu
Se a escola de samba ganhou
Depende da caneta do compositor
A mulata faceira mexendo as cadeiras
Deu samba!
E aquela chacina, aquela propina
Deu samba!
E aquele sorriso inocente
Que mesmo sem dente brincou o carnaval
Deu samba! Deu samba! Deu samba!
A alta do dólar, a falta de escola
Deu samba!
Moleque na rua pedindo esmola
Deu samba!
E aquela menina que veio do norte
Porém não deu sorte, ficou na esquina
Deu samba!, Deu samba !, Deu samba !
MARÉ BRAVA
(Ari Empolgação)
Recolhi a rede que a maré não tá pra peixe
Temporal se armou dentro do meu barracão
A porta do fundo fechada
Na da frente meu amor
Vigiando os meus passos
pra saber aonde vou
Mágoas passadas só regam espinhos
Coração não é moradia de rancor
Lavou meu terno em plena Sexta-feira
Meu sapato também encharcou
E madrugada
Tens inimiga residindo em meu lar
Se hoje eu não vou ao meu encontro
Amanhã você pode esperar
Aqui inserimos um samba do Terreiro, não necessariamente um samba de terreiro, uma das mais novas criações da Comunidade PNS.
Deixa Estar
(Chico Crozera)
Deixa estar, vê se esquece
Se fortalece pra amanhã poder lutar
E deixa entrar a dor no peito
Adormece em lamento pra amanhã poder cantar
E aprender com o amor desfeito
Enfrentando o tormento que a solidão nos traz
A vida tem suas desventuras
Pra quem se atreve a tentar
Fazer tudo aquilo que ama
Amando sem medo de amar
É melhor uma desilusão
Do que não poder sonhar
Quem se fere por sua coragem
Não derrama um pranto vulgar
Esse jogo ainda não terminou
Amanhã tudo pode mudar
E essa dor, deixa estar
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