segunda-feira, 5 de outubro de 2009

SAMBA DE BREQUE

Samba de caráter humorístico, sincopado, com paradas repentinas, nas quais o cantor introduz comentários falados, referentes ao tema que está sendo cantado. A palavra breque vem do inglês break (ruptura, interrupção, e designa também, em algumas regiões, o freio do automóvel). O gênero, ao que consta, teria sido criado em 1936 por Moreira da Silva, numa interpretação de Jogo Proibido, de Tancredo Silva. E o nome de Moreira está, até hoje, indissoluvelmente ligado ao samba de breque, só encontrando paralelo nas interpretações de Jorge Veiga. Quase sambas de breque são os sincopados Minha Palhoça (J. Cascata, 1935) e seu gêmeo Risoleta (Raul Marques e Moacir Bernadino, 1937). Autores importantes do gênero foram também: Cícero Nunes, Sebastião Fonseca, Ribeiro Cunha (letrista do clássico Na Subida do Morro e de vários exemplares do gênero, falecido em 1991, aos noventa anos de idades), Zé da Zilda e, mais recentemente, Miguel Gustavo, entre outros. Nos anos 1970 e 1980, o cantor e compositor João Nogueira gravou alguns sambas de breque. E, em 1999, no CD Sincopando o Breque, o autor desse livro revisitou o estilo.

Fonte: Lopes, Nei. Sambeabá – O samba não se aprende na escola. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003.


ORKUT DA VALDETE
(Fábio Goulart e Ninão)

Tome cuidado José,
Sua atitude está sendo manjada,
Até a dona encrenca já anda invocada
E está trabalhando em sua intenção
(preste atenção cidadão)

Seu Zé, outrora sua vida era um sufoco,
Por causa de um torresmo
Você perde um porco,
E ainda descola uma confusão
(se liga ai vacilão).

Você andava na pior
Até que a dona encrenca lh’estendeu a mão
Dando-lhe casa, comida e colchão
E hoje tem a vida que pediu a Deus
(dizia a todos que era ateu)

Depois, que se meteu com a tal Internet
E conheceu uma tal de Valdete
Já esqueceu de tudo que você viveu.
É que o orkut da Valdete
É bem conhecido pelos internéticos
Que amigos ficaram perplexos
Ao saber da sua disposição
E me mandaram lhe avisar
Que ela tem três pernas e uma levanta,
Tome cuidado que essa coca é fanta
E vai lhe ocasionar uma decepção
(Isso ai vai dar merda).


GAFIEIRA DO SOM DE CRISTAL
(Paulo Pontes)



Fotocomposição – SSD
Fonte: www.restaurantecolherdepau.com.br/bonde35sb.jpg

O trinta e cinco vinha da praça do correio
Trazendo a nega ao encontro do Benedito
Corria o trecho da av. S. João
Ele passava ali na lapa, na estação

Com um terno branco e um cravo na lapela
Chapéu de palha e um pisante bicolor
E no detalhe uma camisa de voal
Todo elegante, bem vestido coisa e tal

E o casal pegava o bonde novamente
E regressava para o centro da cidade
O endereço era a rua Rego Freitas
Na gafieira do salão som de cristal

E Benedito com sua nega eram destaque
Os dois brilhavam
Mais que as luzes do salão
Era perfeito o sincronismo e o gingado
Que até da orquestra
Eles chamavam a atenção

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